Ao
menos no Brasil, tão famoso por sua criatividade, seja no dia a dia, na música,
na propaganda, no jeito de ser e no futebol alegre que tanto marcou nosso povo
e nossa história. Pelo o que vimos nos últimos dias, o país vive uma séria
crise de falta de criatividade.
Não
sei se podemos classificar de apagão ou caos criativo, mas vivemos esse sério
problema é precisamos nos reinventar para sanar essa questão. Não é de hoje que
nossa seleção não tinha um futebol criativo e o resultado no Mineirão, diante
da Alemanha mostrou isso, mas agora parece que essa falta de originalidade se
espalhou pelo país como se fosse uma epidemia.
Dois
dias após a eliminação brasileira na Copa, começaram a espalhar histórias que
denunciam uma suposta armação para que o Brasil não ganhasse a Copa, para ter
benefícios futuros. Lá vamos nós.
Voltemos
no tempo, mais precisamente o dia 14 de julho de 1998, em Paris o Brasil
decidia sua segunda copa consecutiva e defendia o título diante dos donos da
casa. Após uma historia estranha envolvendo o quadro de saúde do Ronaldo Fenômeno,
o Brasil jogou muito mal aquela partida e Zidane decidiu para os franceses, 3 a
0. França campeã e jogando muita bola.
Começava
alia “Era de Ouro” do futebol francês, que se estenderia até a Eurocopa de
2000, quando eles foram campeões também. Aos brasileiros restava aceitar a
derrota, ver o que deu de errado e retomar o caminho de glórias, que inclusive
quatro anos depois nos levou ao penta na "Japéia".
Mas
os brasileiros, aficionados por histórias conspiratórias, levantaram a hipótese
absurda que o Brasil vendera aquela Copa, para ganhar o direito de sediar a
Copa de 2010. Era preciso arrumar uma justificativa para o vice-campeonato, ainda
que fosse uma teoria estúpida como essa.
Diziam
que Leonardo e Edmundo teriam declarado que o povo brasileiro sentiria nojo da
Copa, se soubessem a verdade sobre o que aconteceu em Paris. O tempo passou e o
Brasil não sediou a Copa de 2010, que foi na África do Sul. Mas sediamos a de
2014 e com isso passou a ser senso comum que o Brasil tinha a obrigação de ser
campeão.
O Brasil
jogou feio, mas vinha fazendo o dever de casa para chegar a final no Maracanã e
assim, ser campeão em casa. Mas no meio do caminho tinha a Alemanha, que
atropelou o Brasil de maneira implacável, 7 x 1 e o Brasil caia na semifinal.
Novamente era necessário buscar justificativas para a vergonha – a maior da
história da seleção -.
Foi
ai que começaram a divulgar mensagens com declarações de Thiago Silva e de
alguns outros jogadores da seleção dizendo que o povo brasileiro sentiria nojo
da Copa, se soubesse o que aconteceu em Belo Horizonte. Pronto, era o Brasil
mais uma vez vendendo a Copa para ter “ganhos futuros” – que seria sediar a
Copa de 2022, que por enquanto, será no Catar –. Ou seja, repetem a mesma
ladainha de 98, para tentar explicar o inexplicável.
Só
mudam os personagens, mas não se dão ao trabalho nem de inventar outra história
da carochinha. Isso comprova que o apagão criativo no Brasil não se limita a
seleção e a CBF, mas ao que parece atinge em cheio a muitos brasileiros.
Lamentável.
P.S.: A Copa do Mundo de 2022 corre o risco de não ser no Catar, por problemas de clima, denúncias de corrupção e utilização de mão de obra escrava, nas obras da Copa, mas por enquanto a FIFA mantém a Copa no Oriente Médio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário