E
em mais um equívoco, o governo Dilma vetou a regulamentação de mais uma
profissão. Depois dos garçons, agora foi a vez dos Designers. A justificativa
para tal iniciativa foi baseada no art. 5º da Constituição Federal, inciso
XIII, que assegura o livre exercício de qualquer ofício ou profissão cabendo a
imposição de restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer dano à
sociedade.
Pois
bem, tal argumento é algo a meu ver incoerente, pois a possibilidade de ocorrer
dano a sociedade é algo relativo demais para ser considerado nesses casos. O
Brasil viveu nos últimos anos uma onda de desregulamentação que acabaram
trazendo danos para a sociedade e aqui me refiro a profissão de jornalista.
Acho
que as profissões não podem ser vistas apenas pelo o que o professor de
Literatura Comparada da Columbia University e crítico literário Edward Said
(1935-2003), classifica de “posição soviética” no artigo “O papel público de
escritores e intelectuais”, publicado entre outros meios no livro Cultura e
Política. São Paulo: Editora Boitempo, 2002. Ao utilizar este termo o professor
afirma que a posição soviética defende que para ser considerado profissional,
basta ao cidadão exercer tal ofício.
Continuo
acreditando que a qualificação profissional (técnico ou bacharelado, dependendo
do ofício) é sim algo importante para o bom exercício profissional de qualquer
área. Não acredito que a regulamentação virá pelo mercado, ainda que saiba que
o mesmo influenciará de maneira decisiva na atuação do profissional.
Regulamentação, ao contrário do que possam acreditar não significa nem reserva de
mercado e nem a colocação dos profissionais como inimigos, são todos
evidentemente concorrentes, mas não inimigos.
Por
isso vejo com bons olhos a regulamentação de profissões que tenham forte
influência de questões técnicas como é o caso do jornalismo, da publicidade, do
designer e da fotografia, – outra profissão que segue o trâmite
pró-regulamentação -. Por mais que aleguem existir a questão artística nas três
áreas/profissões, elas são extremamente técnicas, por isso a necessidade da
formação e qualificação profissional.
Trabalhos
como os realizados por nomes como Merval Pereira ou J.R. Duran, ou ainda Nizan
Guanaes e Washington Olivetto, tem o lado artístico e não seriam afetados pela
regulamentação dessas profissões, que trariam benefícios para toda a sociedade,
sejam os profissionais ou os clientes dos mesmos serviços. Por isso não vejo
motivos para se temer a regulamentação das profissões.
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