Já faz algum tempo que uma boa parcela da
população brasileira, vem demonstrando um comportamento estranho, como se fosse
uma síndrome. Refiro-me ao comportamento demonstrado por essa parte da
sociedade, em relação às críticas. Eles demonstram ter a síndrome do monopólio
da crítica, arvorando somente a membros desse seleto grupo o direito de
criticar os outros.
Vivem a apontar o dedo para os erros dos
outros, mas não aceitam quando apontam seus erros e ou exageros. Quando isso
acontece, esses senhores ficam a taxar seus críticos de censores e
intolerantes, quando na realidade os intolerantes são eles. Vivem a adotar um
discurso, que não se sustenta em suas práticas, exploram os erros de seus
adversários, mas se omitem em relação aos erros de seus aliados, ainda que tais
aliados sejam apenas momentâneos.
Nesse grupo, podemos ver claramente a grande
mídia brasileira, que vive a denunciar as mazelas da classe política, mas fazem
isso apenas contra um determinado grupo, ignorando os erros dos grupos que
apoiam a mídia hegemônica. Vive na prática, a famosa máxima: “Aos amigos tudo,
aos inimigos, a lei”.
Ao fazerem isso, demonstram apenas que vivem
somente de discurso, fazendo de tudo para mantê-los, ainda que os mesmos não
tenham sustentação e quando alguém aparece para mostrar que o rei está nu,
ficam a tentar desqualificar seus críticos e ainda se apoiam em uma visão
distorcida da liberdade de expressão, para justificarem suas contradições e seu
comportamento equivocado.
É necessário que essa parte da sociedade entenda
que o direito a crítica, não pode ser objeto de monopólio, isso é da
democracia, assim como a liberdade de expressão também é. Querem utilizar o
legítimo direito de liberdade de expressão? Façam bom uso dele, mas para isso é
necessário entender que o mesmo é uma via de mão dupla e como já diz a cultura
popular, vento que venta lá, venta cá.
Querem expor suas visões conservadoras e
reacionárias? Exponham, mas aceitem a taxação das mesmas como conservadoras e
reacionárias, sem recorrer ao discurso vazio, ainda que muito em moda de taxar
alguém ou algum discurso como politicamente correto. Se querem falar o que
pensam, falem, mas garantam aos outros o mesmo direito, esse comportamento é
fundamental para o bom funcionamento da democracia.
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