Confesso
que para mim, é estranho ver a reação de muitos brasileiros em relação a esse
fato. Muitos justificam a reeleição de Merkel com clichês como “Em time que
está ganhando não se mexe”, ou ainda ressaltando seu “exemplo de liderança”.
Apesar de discordar do posicionamento político de Merkel, não utilizarei esse
espaço para fomentar um debate sobre essa questão. Meu foco aqui é outro.
Lembro
que aqui na América do Sul, vários presidentes conseguiram se manter no poder
por períodos iguais e ou parecidos e muitos dos que hoje louvam Merkel pelo
feito atingido essa semana, criticavam os presidentes latino americanos que
ficaram tanto tempo no poder.
Estes
eram taxados de “ditadores”, como foi o caso do venezuelano Hugo Chávez (1954-2013),
que se não tivesse falecido de câncer em março deste ano, estaria governando a
Venezuela pelo terceiro mandato seguido. Outro que quase sofreu esse tipo de
crítica foi o ex-presidente Lula, quando se levantou a possibilidade de mudar a
legislação para se garantir o direito a disputar um terceiro mandato.
Esse
comportamento mostra algumas coisas importantes. Primeiro por que derruba
máscaras deixando o conservadorismo a mostra de todos e segundo que esses
conservadores não se envergonham de apontar que a história dos dois pesos duas
medidas é válida sim. Afinal para conservadores como Angela Merkel, ou Jacques Chirac, três mandatos são possíveis e válidos sim, para progressistas como
Chávez e Lula, não.
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