segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Carta Aberta aos golpistas

Desde o fim das eleições deste ano, no dia 26 passado, uma parcela da população inconformada com o resultado apresentado pelas urnas, passou a propagar ideias erradas para, a partir dela, manipular a população e assim tentar alcançar seu principal objetivo que é a tomada de poder.

Foram manifestações pedindo impeachment da atual presidenta, reeleita agora para mais quatro anos e também o apelo a uma intervenção militar. Esses comportamentos servem apenas para apontar duas tristes características da sociedade brasileira contemporânea.

A primeira é a incompreensão do real significado da palavra democracia. De origem grega, a palavra significa poder (kratos) do povo (Demo), regime de governo em que todas as decisões importantes na política, são tomadas pelo povo, que elegem através do voto, seus representantes. Em uma democracia, mais vital do que a alternância de poder, tão cobrada durante a eleição, é o respeito à vontade da maioria e no dia 26 de novembro, a maioria dos brasileiros decidiu pela reeleição de Dilma. Qualquer ação contrária a isso é tentativa de golpe.

A outra, é que mesmo após 25 anos de uma democracia que vem se consolidando, boa parte da população ainda se encanta pela serpente do totalitarismo. Ao pedirem por intervenção militar, mostram que além de desrespeitarem a democracia, também tratam com desdém, a Constituição Federal, ao tentar distorcer a Constituição de 1988, para justificar uma nova intervenção militar, exatos 50 anos depois da primeira.

Segundo o artigo 144 da Constituição de 1988, lei ou ordem, são entendidas como sinônimo de segurança pública. E conforme o inciso 2o do artigo 15 da Lei Complementar no 97, de 1999 “a atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.”

Assim sendo, o DNA golpista fica claramente exposto quando as pessoas vão as ruas ou a internet pedir intervenção militar para tentar anular o resultado da última eleição.

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