Atualmente a imprensa brasileira dedica boa parte
de seu espaço as notícias sobre o envolvimento de políticos com empresários
"enrolados" com a justiça e que seriam financiadores de muitos
políticos que tem mandatos. As notícias dão conta de casos de políticos
financiados por empresários acusados de lavagem de dinheiro, desvios de verba
pública e de tráfico de influência entre tantos outros desvios éticos, morais e
principalmente legais.
Além dos casos noticiados recentemente pela
imprensa, é comum encontrarmos críticos do atual governo alegando a existência
de esquemas para beneficiar empresários que financiem campanhas de determinados
partidos e ou candidatos. É como se diz no jargão popular, "a cobrança das
faturas". Por isso, é fundamental que a sociedade atue de forma incisiva
para implantar de forma séria e definitiva a tão sonhada e propagada reforma
política.
Entre as muitas bandeiras defendidas na proposta de
reforma apresentada por diversas entidades sociais, está a proibição do
financiamento privado de campanha, que inclusive está parado no Supremo
Tribunal Federal (STF), devido ao pedido de vistas do processo solicitado pelo
ex-presidente da casa, o ministro Gilmar Mendes. De certa forma, ainda que a
votação do caso não tenha sido concluída, a corte já formou maioria, uma vez
que dos 11 ministros, sete já votaram, sendo seis a favor da proibição e um a
favor, mas ainda é preciso que a votação seja concluída para que ela passe a valer.
Os casos agora denunciados pela imprensa mostram a
real necessidade de se proibir essa prática que atrapalha a democracia e a
transparência na política. No cenário atual, o forte financiamento feito pelas
grandes empresas, além de desequilibrar a disputa eleitoral ainda possibilita
que muitos empresários que financiam os candidatos eleitos, cobrem depois essa
conta conseguindo vantagens econômicas, com esquemas como os que agora ganham
espaço na imprensa.
Por isso, é fundamental que se mude a forma de
financiar as campanhas eleitorais que são a cada novo pleito mais caro,
atingindo cifras astronômicas. Isso amplia as possibilidades de repetir casos
de corrupção como os já famosos mensalão - petista e mineiro -, cartel de trens
e metrôs em São Paulo, amizades e proximidades esquisitas com contraventores e
tantos outros de amplo conhecimento popular.
Assim sendo é primordial que as doações para as
campanhas sejam limitadas as pessoas físicas e não mais jurídicas além de
limitar tais recursos a um valor já pré-estabelecido. A proposta mais difundida
limita a R$ 700,00 por Cadastro de Pessoa Física (CPF). A contradição
brasileira contemporânea se dá justamente nesse ponto. Boa parte da população
que hoje faz seu dever cívico de cobrar esclarecimentos sobre esses fatos é
contrária ao fim da prática de financiamento privado de campanhas.
Não sabem, ou fingem não
saber que o financiamento privado de campanhas, serve para alimentar esse
círculo vicioso, possibilitando a repetição e a perpetuação dos escândalos de
corrupção na política. São esses financiamentos que alimentam esses esquemas
escusos que tantos danos geram a nossa sociedade. É preciso que a sociedade
acorde para essa realidade. É preciso mudar essa questão para transformar a
sociedade, possibilitando a ampliação da transparência política.
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