segunda-feira, 9 de julho de 2012

Uma Revolução para ser sempre lembrada



Ilustração sobre a Revolução de 1932 (retirada do blog da jornalista Nicelle Almeida: http://nicellealmeida.blogspot.com.br)

O dia 9 de julho de 1932, ao contrário do que muitos historiadores afirmam é uma data importante não apenas para São Paulo, onde é feriado estadual, mas também para todo o Brasil. Ela marca o início de uma guerra que acabou esquecida pelo povo brasileiro, mas que teve um papel importante na formação de nosso país. A Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada nessa data e terminada em outubro, foi uma luta contra o totalitarismo, que marcou o país nos anos 30.
O Brasil ainda estava se recuperando de uma importante transformação política, que foi o fim da chamada República Velha e sua famosa política do Café com Leite, onde paulistas e mineiros se revessavam na presidência do país. O governo provisório já durava dois anos e a nova Constituição, prometida pelos revolucionários que tomaram o poder, ainda não existia. O novo governo, além de protelar a Constituição, também atacou a autonomia dos estados, nomeado interventores para governarem as unidades federativas.
Essa atitude foi o estopim para a Revolução de 1932 quando forças de segurança e população paulista chegaram a pegar em armas para combater o governo getulista e garantir a elaboração de uma nova Constituição Federal. Neste ano, buscando acalmar os ânimos dos paulistas, Getúlio nomeia um político paulista para ser o interventor. Entretanto, a iniciativa não tem sucesso, pois não havia autonomia para governar. Com isso o povo toma as ruas e inicia a revolução.
Com a adesão do Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático, que haviam apoiado a Revolução de 1930, São Paulo se uniu contra a ditadura getulista e por uma nova Constituição. O início da revolta se dá com a morte de cinco jovens, assassinados por partidários de Getúlio. Seus nomes hoje estão na história do estado. Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga.
Esse acontecimento fez com que diversos setores se unissem pela constitucionalização do país. Entre os combatentes paulistas, havia um grupo que defendiam a independência de São Paulo perante o restante do país, ou a criação de uma Confederação de Estados, que garantisse autonomia as unidades confederadas. Entre os defensores do separatismo podemos citar os escritores José de Alcântara Machado e Monteiro Lobato.
Em meados de setembro, com o estado de São Paulo arrasado pelo conflito e com sua economia sufocada pelo bloqueio ao porto de Santos, os paulistas sobreviviam com as contribuições em ouro feitas pelos conterrâneos e as tropas desertavam em números assustadores. Sem ter como resistir as tropas da Força Pública Paulista se entregam em 2 de outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro. Os gaúchos voltam a ocupar a capital paulista e a maior parte dos líderes paulistas que não foram exilados depois da Revolução de 30, são exilados no fim de 1932. São Paulo passa a ter um governador militar.  
O Brasil só passa a ter uma nova Constituição dois anos depois do fim dos conflitos e a mesma tem validade somente até 1937, quando o mesmo “governo provisório” dá um novo golpe e instaura o Estado Novo, que perduraria até o fim dos anos 40.

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