Ilustração sobre a Revolução de 1932 (retirada do blog da jornalista Nicelle Almeida: http://nicellealmeida.blogspot.com.br)
O
dia 9 de julho de 1932, ao contrário do que muitos historiadores afirmam é uma
data importante não apenas para São Paulo, onde é feriado estadual, mas também
para todo o Brasil. Ela marca o início de uma guerra que acabou esquecida pelo
povo brasileiro, mas que teve um papel importante na formação de nosso país. A
Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada nessa data e terminada em outubro,
foi uma luta contra o totalitarismo, que marcou o país nos anos 30.
O
Brasil ainda estava se recuperando de uma importante transformação política,
que foi o fim da chamada República Velha e sua famosa política do Café com
Leite, onde paulistas e mineiros se revessavam na presidência do país. O
governo provisório já durava dois anos e a nova Constituição, prometida pelos
revolucionários que tomaram o poder, ainda não existia. O novo governo, além de
protelar a Constituição, também atacou a autonomia dos estados, nomeado
interventores para governarem as unidades federativas.
Essa
atitude foi o estopim para a Revolução de 1932 quando forças de segurança e
população paulista chegaram a pegar em armas para combater o governo getulista
e garantir a elaboração de uma nova Constituição Federal. Neste ano, buscando acalmar
os ânimos dos paulistas, Getúlio nomeia um político paulista para ser o
interventor. Entretanto, a iniciativa não tem sucesso, pois não havia autonomia
para governar. Com isso o povo toma as ruas e inicia a revolução.
Com
a adesão do Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático, que haviam
apoiado a Revolução de 1930, São Paulo se uniu contra a ditadura getulista e
por uma nova Constituição. O início da revolta se dá com a morte de cinco
jovens, assassinados por partidários de Getúlio. Seus nomes hoje estão na
história do estado. Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga.
Esse
acontecimento fez com que diversos setores se unissem pela constitucionalização
do país. Entre os combatentes paulistas, havia um grupo que defendiam a
independência de São Paulo perante o restante do país, ou a criação de uma
Confederação de Estados, que garantisse autonomia as unidades confederadas.
Entre os defensores do separatismo podemos citar os escritores José de
Alcântara Machado e Monteiro Lobato.
Em
meados de setembro, com o estado de São Paulo arrasado pelo conflito e com sua
economia sufocada pelo bloqueio ao porto de Santos, os paulistas sobreviviam
com as contribuições em ouro feitas pelos conterrâneos e as tropas desertavam
em números assustadores. Sem ter como resistir as tropas da Força Pública Paulista
se entregam em 2 de outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro. Os gaúchos voltam a
ocupar a capital paulista e a maior parte dos líderes paulistas que não foram
exilados depois da Revolução de 30, são exilados no fim de 1932. São Paulo
passa a ter um governador militar.
O
Brasil só passa a ter uma nova Constituição dois anos depois do fim dos
conflitos e a mesma tem validade somente até 1937, quando o mesmo “governo
provisório” dá um novo golpe e instaura o Estado Novo, que perduraria até o fim
dos anos 40.
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