A
radicalização política e social que ganhou tamanho estratosférico depois das “Jornadas
de Julho”, em 2013, vem construindo situações cada vez mais patéticas no nosso
país.
Recentemente
tivemos o caso envolvendo a roteirista Petra Leão e uma história da Turma da
Mônica Jovem, onde um simples debate sobre mudanças estéticas foi interpretado
por muitos conservadores, como discurso pró-aborto, pois a personagem Mônica,
ao firmar questão de que não colocaria aparelho ortodôntico, utilizou-se da
frase “Meu corpo, minhas regras”, bordão muito utilizado pelas feministas que
defendem a descriminalização do aborto.
Os “críticos”
da história em quadrinhos chegaram a pedir a demissão de Petra Leão, pois
segundo eles ela estava fazendo apologia ao aborto. O estranho desse fato é que
o também roteirista, Marcelo Cassaro, também trabalhou na mesma edição da
revista e em momento algum, fora criticado por estes senhores.
Poucos
dias depois do caso envolvendo a revista da Turma da Mônica, os conservadores
ignorantes, voltaram a agir de maneira estapafúrdia. Dessa vez, o caso envolve
uma professora da rede estadual no Paraná.
A
professora Gabriela Viola, que leciona Sociologia no Colégio Estadual
Professora Maria Gai Grendel, pediu a seus alunos que eles fizessem um trabalho
sobre Karl Marx e a partir daí, os estudantes produziram uma paródia do funk, “Baile
de Favela”, de MC João, onde falam da obra marxista. A partir da música, os
jovens fizeram um vídeo com a apresentação da música e como já era esperado, o
mesmo foi parar na internet. Isso foi o suficiente para que passassem a acusar
Gabriela Viola de promover “doutrinação marxista”.
A
professora foi afastada de suas funções pela diretoria do colégio que alegou
ainda que a docente estivesse expondo os alunos e difamando a instituição, como
se ensinar o que está previsto no currículo escolar, fosse algo que os
professores não deveriam fazer. Os alunos se mobilizaram e criaram a campanha
#VoltaGabi, manifestando apoio a professora.
Casos
como esses mostram que o Brasil vem nos últimos tempos, caminhando a passos
largos para uma sociedade de pensamento único direcionado pelo governante de
plantão, nos moldes já denunciados George Orwell (1903-1950), em 1984, um
romance que retrata a difusa fiscalização e controle de um determinado governo
na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos dos
indivíduos.
Esse
quadro, mostra como vamos mal a seguir esse caminho. Por isso, é preciso
resistir, questionar e lutar em defesa das liberdades individuais e também do
livre pensamento.
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