Ainda
no rastro da polêmica envolvendo atletas militares, que estão representando o
Brasil no Pan Americano de Toronto no Canadá, o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB), se pronunciou sobre a prática de alguns atletas, que por serem
militares, comemoram suas conquistas prestando continência a bandeira e ao hino
nacional.
Em
nota oficial, a entidade se posicionou afirmando que “...entende, portanto, que
a continência, além de regulamentar, quando prestada de forma espontânea e não
obrigatória, é uma demonstração de patriotismo, sem qualquer conotação política,
perfeitamente compatível com a emoção do atleta ao subir no pódio e se saber
vencedor. Segundo muitos deles, representa também um reconhecimento pelo apoio
que recebem das Forças Armadas e uma manifestação do orgulho que têm de
representar o país”.
Pois
bem, tal posicionamento apresenta alguns problemas. Imaginemos que os atletas
resolvam demonstrar sua fé, ao chegarem ao pódio? E ai? Como a entidade máxima
do esporte olímpico no Brasil reagiria? Seria classificado como um
comportamento ideológico e, portanto, proibido?
Outra
dúvida levantada pela nota se refere, ao “... apoio que recebem das Forças Armadas...”.
Imaginemos então, que atletas militares ou não, que defendam clubes, passem a
cantar o hino de seus clubes enquanto estão no pódio. Seria algo surreal.
Mas
o mais estranho dessa história, é que o anúncio do COB, sobre esses
comportamentos, se deu logo após a nadadora Joanna Maranhão, que ganhou uma
medalha de bronze e conquistou um recorde sul americano, neste Pan, se
manifestou contrária a redução da maioridade penal, considerado pela entidade
como um comportamento ideológico.
Com
esta postura, o Comitê Olímpico demonstrou que tem lado sim e infelizmente, mas
não surpreendentemente, não é um lado proveitoso. Mais uma vez, uma entidade
esportiva brasileira leva um xeque mate da realidade.
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