Nascido
em Martinica, no dia 20 de julho de 1925, Frantz Fanon Omar, foi um psiquiatra,
filosofo, escritor e revolucionário, cujas obras tratam de estudos
pós-coloniais, teoria crítica e marxismo. Como intelectual Fanon estava entre
os radicais políticos e era marxista e humanista. Sua maior preocupação era a
psicopatologia da colonização e do humano social e as conseqüências culturais
da descolonização.
Em
seu trabalho como médico e psiquiatra, Fanon apoiou a Guerra de Independência
da Argélia, compondo a Frente de Libertação Nacional da Argélia. Sua vida e sua
obra inspiraram movimentos de libertação nacional na Palestina, no Sri Lanka,
nos Estados Unidos e na África do Sul.
Frantz
Fanon era filho de um descendente de escravos com uma filha “ilegítima” de um
europeu, da Alsácia com uma africana. Sua família era de classe média e por isso
Fanon, teve condições de alcançar uma boa formação.
Com
a tomada da França pelos nazistas em 1940, tropas navais francesas foram obrigadas
a permanecer na Martinica. A partir daí, os marinheiros franceses assumem o
governo do território caribenho e iniciaram um governo opressor. Fanon faz
duras críticas ao governo da ilha, principalmente por conta dos abusos e o
racismo praticado pelo governo dos militares.
Aos
18 anos, Fanon foge de Martinica, indo para a vizinha Dominica, então colônia
britânica, onde se juntou as Forças Francesas Livres. Lá ele se alistou ao
exército francês gratuito e se juntou a um comboio aliado que se dirigiu para
Casablanca, no Marrocos. Dali foi transferido para a Argélia. Depois disso,
chega ao continente europeu, onde em 1944, foi ferido em batalha na cidade de
Colmar. Fanon é condecorado com a Croix de Guerre.
Com
a derrota dos nazistas, o regimento a que Fanon pertencia, passa por um
processo de “embranquecimento” e todos os soldados não-brancos foram enviados
para Toulon, de onde foram transferidos mais tarde para a Normandia, onde
aguardaram o repatriamento.
Em
1945, Fanon volta a Martinica, onde permanece por um curto período. Lá trabalha
na campanha parlamentar de Aimé Césaire, que fora seu professor e foi uma
grande influência na vida de Fanon. Frantz permanece na Martinica até completar
seu bacharelado, retornando depois para a Europa, onde estuda medicina e
psiquiatria.
Após
se formar em psiquiatria no ano de 1951, Fanon faz residência com Fraçois
Tosquelles, que revigorou o pensamento de Fanon, enfatizando o papel da cultura
na psicopatologia. Em 1953, ele via para a Argélia, onde trabalha em um
hospital psiquiátrico, onde permanece até sua deportação em janeiro de 1957.
Ainda
na França, em 1952, Fanon escreveu seu primeiro livro, Pele Negra, Máscaras
Brancas, onde analisa os efeitos psicológicos negativos da colonização
principalmente sobre os negros. O texto foi a tese de doutorado de Fanon,
defendida em Lyon, então intitulada: “Ensaio dobre a desalienação do Negro”.
Fanon publicou a tese devido a insistência do filósofo Francis Jeanson, líder
do movimento de independência da Argélia.
Em “Os
Condenados da Terra”, publicado pouco antes da morte de Fanon, ele defende o
direito de um povo colonizado a usar a violência para lutar pela independência,
além de delinear os processos e forças que podem levar a independência ou
neocolonialismo nacional durante o movimento que tomou conta de grande parte do
mundo após a Segunda Guerra Mundial. Seu livro foi censurado pelo governo
francês, pois defendia que uma vez que o colonizador não considerava o
colonizado como ser humano, o colonizado poderia sim utilizar da violência para
assegurar sua independência.
Fanon
faleceu em Bethesda Maryland, no dia 6 de dezembro de 1961 sob o nome de
Ibrahin Fanon, foi enterrado na Argélia e depois foi transferido para o
cemitério de mártires em Ain Kerma, no leste da Argélia.
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