Fonte: Veja.abril.com.br
Eu
costumo respeitar os cabelos brancos das pessoas, mas entendo também que
respeitar e concordar são coisas bem distintas. Li o artigo escrito pelo ex-presidente
e hoje imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e discordo de muitas
colocações que ele apontou. Não vi em momento algum o governo petista apontando
em um “declínio ocidental”, como o sociólogo escreveu.
Desde
os tempos do governo Lula que o país vem apenas buscando ampliar o número de
parceiros, o que já mostrou resultado, uma vez que com tal ampliação a crise
econômica 2007/08, não nos atingiu da mesma forma como outras crises menores
fizeram tempos atrás. É evidente que é necessário uma maior aproximação tanto
com a Europa como com os países do Pacífico, mas não se pode ignorar o G-20 e a
força dos mercados emergentes, que tem chamado tanto a atenção da iniciativa
privada internacional nos últimos anos e que mantém a previsão de crescimento.
Em
relação aos Estados Unidos, também é claro que uma aproximação seria
interessante ao Brasil em vários aspectos, entretanto o comportamento da Casa
Branca vem justificando as ações do Brasil em relação aquele país. O caso
envolvendo Edward Snowden mostram que sim, o Brasil tem motivos para ter “o pé
atrás” com aquele governo, seja por espionar a Petrobras e a Presidência, ou
seja, por perseguir o cidadão, que denunciou o abuso.
E
não a economia estadunidense não está lá essas coisas e prova disso foi a
recente paralisação dos serviços públicos por falta de verbas, algo impensável
sobre os Estados Unidos, até bem pouco tempo atrás. Em relação ao Oriente Médio
acredito que sempre é importante manter relações com alguns daqueles países,
apesar de toda a dificuldade que aquela realidade implica.
A
política externa brasileira continuará alcançando avanços importantes como o
acordo entre o Brasil e seus parceiros do MERCOSUL e a Europa, hoje travado
mais por questões referentes aos benefícios existentes aos países de lá do que
os de cá. Assim como em relação à Europa o Brasil está para assinar um acordo
de cooperação econômica com os países do Pacífico, a definição deverá sair
ainda no primeiro semestre de 2014, assim como o acordo com os europeus.
Em
relação a América Latina, o bolivarianismo não diminuiu o papel do Brasil de
protagonista no continente. Continuamos a ser a principal economia do
continente e mantemos a liderança política continental. É evidente que o
governo precisa tratar de forma mais séria as ações para resolver o gargalo
representado pela falta de infraestrutura do país.
Quanto
a educação, a meu ver é leviandade negar que o setor vem melhorando nos últimos
anos, ainda que exista um longo caminho a ser percorrido.
Em
relação ao pré-sal é evidente que a garantia da participação da Petrobras é um
acerto, uma vez que a mesma foi a responsável pela descoberta das reservas e
permitir que outras empresas explorem as áreas sem a participação da
petrolífera brasileira, seria insanidade.
Discordo
em relação a inflação, uma vez que chegamos ao décimo ano consecutivo com a
inflação dentro da meta e alegar que isso acontece apenas por conta de contabilidade
criativa e repressão artificial é desconsiderar todo o avanço que o país
alcançou após a adoção das metas inflacionárias.
Ainda
é preciso destacar que pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
apontou que a desigualdade social vem caindo nos últimos anos. Isso acontece
por conta do aumento da renda e do poder de compra da população, além do pleno
emprego que coloca o país mais uma vez como recordista no combate ao
desemprego, assim sendo apontar apenas os erros da economia brasileira é na
realidade, apenas cena política eleitoreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário