Nos últimos dias, com a saída de Nélson Jobim e a nomeação de Celso Amorim, para a pasta da defesa, a sociedade brasileira se vê diante de um debate requentado e distorcido. Amorim, foi chanceler nos governos Itamar Franco e Lula e ao que parece, até os dias atuais foi incompreendido em um dos pontos mais polêmicos, que enfrentou quando esteve a frente do Ministério de Relações Exteriores: "A questão da energia nuclear".
O posicionamento de Amorim e do então presidente Lula, sempre foi claro e por incrível que pareça, de fácil compreensão. Ambos defenderam, que todo país tem o direito de desenvolver tecnologia para produzir energia nuclear, porém, tal ideia, sempre foi vista de maneira deturpada por muitos brasileiros, por motivos não esclarecidos. A justificativa mais corriqueira foi o fato de que países como o Irã, que há anos vive sob uma forte ditadura civil-religiosa e tem avanços na questão nuclear, poderia a qualquer momento desenvolver bombas atômicas, o que colocaria em risco muitos aliados dos EUA.
Sim, a preocupação é latente, mas não pode servir de cortina de fumaça para impedir que o Irã siga com seu programa nuclear. Nada garante e nem garantirá, que um dia eles produzirão bombas atômicas, assim como nada garante que países mais "confiáveis", como França e EUA, por exemplo, não produzirão tais artefatos. É preciso que a humanidade "desmilitarize" a energia atômica e passe a encará-la como uma alternativa as outras fontes energéticas, portanto, algo que deve sim ser buscado por qualquer país, independente de regimes vigentes e ou questões ideológicas.
Por isso, embarcar no discurso vazio de que apoiar tal tese é cortejar ditadores sanguinários é algo inconcebível, até por que não é preciso ser necessariamente um ditador sanguinário para provocar guerras intermináveis e a história nos apresenta alguns exemplos que podem muito bem ilustrar tal pensamento. Assim sendo fica dificil fazer coro com os que combatem o atual ministro da defesa, nesta questão.
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