A aproximação das eleições e o consequente acirramento dos debates políticos,
mostra o inconformismo dos conservadores perante as mudanças políticas e
sociais que não apenas o Brasil, mas a América Latina vem passando desde os anos
90. Não sei se por desinformação, ou caradurismo mesmo é comum ouvirmos e ou
lermos opiniões rasas sobre o cenário político e econômico do continente.
Para
atacar esses avanços, o principal alvo é o Foro de São Paulo, entidade que
congrega partidos políticos de esquerda ou de centro esquerda da América Latina
e que hoje governa diversos países do continente. Seus críticos vivem a
propagar uma pseudo tentativa de implantação de uma “ditadura continental
comunista”, o que não procede de forma alguma.
Na tentativa
de justificar os fracassos políticos e econômicos do grupo, os críticos citam a
situação de países como a Venezuela e a Argentina, que estão já algum tempo,
uma séria crise social e econômica. Entretanto, tal argumentação é fraca, pois
para derruba-la, basta analisarmos os números de outros países governados pelos
partidos que compõem tal campo.
Em
2013, o país que obteve o maior crescimento econômico no continente foi a
Bolívia, governada desde 2005, por Evo Morales, um dos principais nomes do chamado
“bolivarianismo”, rótulo dado há alguns dos governos progressistas latino
americanos. O Chile, governado há anos pelo Partido Socialista (PS), com um rápido intervalo, durante o governo
Piñera, também vem conquistando importantes avanços sociais e econômicos,
inclusive alguns foram enaltecidos por muitos conservadores.
Além
dos países já citados, podemos lembrar também os avanços do Uruguai,
principalmente os sociais iniciados antes de Mujica no governo de Tabaré Vázquez, no qual Mujica foi ministro da agricultura e ampliados de
forma radical no governo do ex guerrilheiro Tupamaro.
Para
encerrar, cito aqui alguns avanços importantes obtidos no Brasil nos últimos 12
anos, como a queda drástica na miséria, 22 milhões de pessoas saíram da chamada
“linha da pobreza” e passaram a ganhar mais do que os míseros US$ 2,00/dia per
capta. A fome também foi outro dragão controlado nesse período. Ainda existem
problemas para serem superados, como o analfabetismo, entretanto, os avanços
são visíveis e não podem ser negados e ou negligenciados, como querem esses
conservadores.
Esses
importantes avanços no continente explicam, porém não justificam o desespero
conservador, que vemos hoje. Principalmente por que salvo o caso cubano e isso
é importante ser esclarecido, não há nenhum país latino americano governado por
membros do Foro de São Paulo, que seja uma ditadura, ao contrário, são todos
democracias consolidadas, o que afasta de vez qualquer “ameaça ditatorial”,
como muitos querem fazer acreditar.
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