O Campeonato Brasileiro de 2011, chegou ao seu final e o Corinthians finalmente pode comemorar seu quinto título e talvez o que teve mais identificação com sua história. Honrando as palavras de seu presidente mais famoso, o Corinthians foi campeão só quando o jogo terminou. Era para ser um dia feliz e provavelmente seria, o mais feliz do ano, que colocaria a última pá de cal em um período de acontecimentos pouco felizes para a Nação Corinthiana.
Esse período teve início no final do último ano, quando o time chegou a derradeira rodada do Brasileirão como líder e saiu do campeonato apenas com a terceira colocação, passou pela eliminação precoce contra o Tolima da Colômbia, na Libertadores da América e a despedida de Ronaldo, Jucilei e Roberto Carlos. O último saiu de forma traumática do Parque São Jorge. Somou-se a isso o vice campeonato paulista e as turbulências geradas por estes acontecimentos.
Mas como diz a sabedoria popular: Nada como um dia após o outro e o alvinegro se superou e com um time sem estrelas surpreendeu no início do Brasileirão, sempre se mantendo entre os classificados para a Libertadores, conquistando marcas históricas e se mantendo na liderança na maior parte da competição. Entretanto, nada disso teria valor se o Corinthians não chegasse ao penta campeonato e isso quase se confirmou nas últimas rodadas, quando o time se manteve na ponta, mais por conta da raça do que por jogar o futebol que encantou o país no início do campeonato.
Poderia ter sido campeão em Floripa, onde aliás o então técnico do adversário bradou que o time paulista não levaria o título - suas palavras foram confirmadas, mais por méritos de terceiros do que de seu time - , mas quis o destino que a confirmação viesse apenas no dia 4 de dezembro, última rodada no Pacaembu, diante do maior rival o Palmeiras e tudo apontava para que essa fosse a data mais feliz do time no ano, mas não foi bem assim.
Para a tristezada Nação o país acordou naquele dia com uma notícia triste. Naquela madrugada falecera, o ex jogador e eterno ídolo corinthiano, Sócrates. De certa forma, a notícia que caiu como uma bomba sobre todos os corinthianos e também os amantes do futebol arte, a morte do doutor Sócrates, acabou sendo uma motivação para a conquista. Era preciso ganhar o penta para dedicá-lo ao grande líder da Democracia Corinthiana, que revolucionou nosso futebol.
O relógio apontava 17 horas, o Pacaembu estava lotado e a Fiel prestava suas últimas homenagens ao etrno camisa 8. Faixas, bandeiras e muitos cartazes lembravam o ídolo e já avisavam o título seria para homenagear Sócrates. Durante o um minuto de silêncio antes da partida, os jogadores e também os torcedores ergueram os punhos direito para homenagear o ex jogador, lembrando sua comemoração característica.
O jogo foi sofrido e equilibrado com o Palmeiras dominando o primeiro tempo, mas esbarrando na forte defesa corinthiana, no segundo tempo a lógica se inverteu e o Corinthians passou a abusar do direito de perder gols. Jogou grande parte do segundo tempo com um a mais, mas não soube aproveitar a vantagem numérica. mas não era necessário vencer para ser campeão.
Naquele dia, não vencer já era goleada e foi isso que aconteceu. O empate foi o suficiente para a conquista de mais um campeonato que abre agora uma nova fase na história corinthiana e também homenageia da melhor forma possível, o Doutor Sócrates, que tempos atrás em uma entrevista comentou que gostaria de morrer em um domingo de futebol com o Corinthians sendo campeão, como nada é perfeito o doutor só morreu na hora errada, mas certamente festejou muito lá do céu, ao lado de São Jorge, mais um título para o time do povo e da democracia, que ele tanto amou e respeitou. Valeu Doutor, essa conquista também é sua.
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