sábado, 14 de novembro de 2009

Nossa torre de Babel

Reza uma das lendas mais famosas da cultura judaico cristã ocidental, que o grande número de idiomas que temos no mundo, teve origem na tentativa dos humanos de construir uma torre que chegasse aos céus. Vendo isso, Deus teria ficado irritado e passou a agir para impedir tal construção e a forma encontrada por ele, foi fazer com que os homens passassem a falar várias línguas e assim não teriam mais como se comunicar e isso acabou por inviabilizar a empreitada.
A referência a esta história do Velho Testamento, para os cristãos e da Torá para os judeus, parece com o que acontece agora com a comunicação no Brasil e na América Latina. Recentemente, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), se reuniu em Buenos Aires e teve na pauta da reunião, a questão da liberdade de imprensa, que segundo a mesma vem sendo fortemente atacada em vários países do continente.
Um dos motivos apresentados por seus participantes esta na não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, algo que já faz alguns meses, vigora em todo o continente, uma vez que o STF decidiu por isso em julho, fazendo o Brasil ser o último país a não aceitar a obrigatoriedade do diploma. O estranho da história e ai começa a relação com a famosa Torre de Babel, está no fato de tal argumento ser apresentado no encontro da SIP, por entidades como ANJ e Abert, que desde 2003, sempre foram e continuam sendo favoráveis a não obrigatoriedade do mesmo.
E ao final do evento, ainda que "nossos" representantes tenham "defendido" o diploma, a SIP acabou aprovando uma moção que recomenda a não obrigatoriedade do diploma para o jornalismo. Enquanto isso, o Brasil se prepara para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação, onde o tema deve voltar a ganhar força e que assim como nas municipais/regionais ou nas estaduais, os mesmos senhores que dizem defender o dilpoma (ao menos quando estão no exterior), vão mais uma vez se omitir do debate.
Mas, a confusão não termina por ai. Após a decisão do STF e a reação de parte dos jornalistas, duas propostas de leis para voltar com a obrigação do diploma e a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, já deu parecer favoral, a lei, mostrando que a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, não é algo incosntitucional como o Supremo havia alegado. Agora o Projeto de Lei foi encaminhado para o Senado e caso ele seja aprovado nesta casa, bastará a sanssão presidencial para que o diploma volte a ter seu valor. Agora fica a dúvida: Quem entende mais de Constituição? O STF, ou o CCJ da Câmara?
Enquanto não sai esta decisão, o jornalismo brasileiro continua passando por uma grande crise de valor e identidade e muitos dos envolvidos na Comunicação, ficam como os construtores da torre que tinha como objetivo alcançar o céu.

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